segunda-feira, 18 de maio de 2009

18 de Maio: Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes


Como parte das ações pelo 18 de maio: Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) divulgará, nesta segunda-feira (18/5), a partir das 8h, no auditório do Sebrae-CE, duas importantes pesquisas. A primeira é sobre a Exploração Sexual Infanto-Juvenil no Turismo de Fortaleza. A segunda é um diagnóstico das famílias dos 360 jovens que participaram do Projeto Inclusão Social com Capacitação Profissional, do Ministério do Turismo.

Mas é a pesquisa sobre o perfil da criança explorada e de seus exploradores que promete revelar a rede que envolve a cadeia do turismo de Fortaleza. Com 402 páginas, o levantamento identificou, de janeiro a agosto de 2008, a faixa etária desses jovens, os motivos que os levaram a aceitar a exploração sexual, seu relacionamento com a família e com os “clientes”, o nível de escolaridade dessas crianças e adolescentes, dentre outros dados relevantes. O levantamento também ouviu diversos segmentos do trade turístico de Fortaleza, buscando saber qual a percepção desses atores sobre os responsáveis por esta realidade de exploração sexual no Turismo.

A pesquisa, realizada pela Setfor, revelou que tanto as crianças e adolescentes sujeitos à exploração sexual, como os diversos segmentos da cadeia produtiva do Turismo, identificam os taxistas e os donos de hotéis como os principais intermediários entre os exploradores e suas vítimas (17,6%). Nos meios de hospedagem, 52,9% dos entrevistados apontam os motoristas de táxi como principal intermediário e influenciador da exploração sexual. Entre os guias de turismo, 35,1% também apontam a categoria, seguida pelos barraqueiros (10,6%) e ambulantes (9,6%).

Desconhecimento

Quando perguntado aos taxistas sobre a relação da categoria na exploração, 24,7% dos profissionais disseram que nunca são abordados por turistas com essa finalidade. Outros 15,5% afirmam que os clientes demonstram interesse, mas perguntam a outros segmentos da atividade turística; e apenas 9% desses taxistas admitiram receber solicitação de clientes sobre a prática de exploração sexual. Dos entrevistados, 59% afirmaram não fazer corrida com crianças e adolescentes que estão sofrendo exploração sexual. Mas só 1,2% dos taxistas disseram que denunciam o crime ao Disque 100.

Outro dado interessante é que 61,3% dos taxistas afirmaram desconhecer as formas de denúncia existentes para a prática da exploração sexual de crianças e adolescentes (apenas 38,7% conhecem). Já 66% dos ambulantes conhecem os meios de denunciar, no entanto não o fazem. Apenas 34% admitiram ignorar os mecanismos de denúncia. Dos ambulantes entrevistados, 37,7% apontam os taxistas como envolvidos nessa rede, seguidos de hotéis e barraqueiros (17,9%).

Contextualização

A pesquisa ainda dimensiona e contextualiza as causas da exploração sexual de crianças e adolescentes implicados indiretamente com a atividade turística de Fortaleza. O objetivo é, com estes dados, permitir que os órgãos municipais que desenvolvem ações de prevenção à exploração sexual de nossos jovens, possam executar e/ou apoiar políticas públicas de enfrentamento a esse fenômeno.

Universo

A pesquisa foi realizada junto a jovens, com idades até 12 anos incompletos (crianças) e de 12 anos completos até 18 anos incompletos (adolescentes), que freqüentam os principais corredores turísticos de Fortaleza. Além desses corredores, entraram na pesquisa os bairros da Serrinha e Lagamar (que aparecem em outras pesquisas sobre exploração sexual de crianças e adolescentes). O motivo é que estes dois bairros estão próximos às áreas por onde o turista transita vindo ou indo do aeroporto à orla da cidade, onde está concentrada a rede hoteleira.

Foram entrevistados desde os ambulantes, guias de turismo, donos de bares e restaurantes nos corredores turísticos, donos e funcionários de boates, rede hoteleira, mototaxistas e os taxistas que atuam nessas regiões.

2ª Pesquisa

A segunda pesquisa é um diagnóstico das famílias dos 360 jovens que participaram do Projeto Inclusão Social com Capacitação Profissional, do Ministério do Turismo/Programa Turismo Sustentável e Infância (TSI), em parceria com a Setfor e Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). Nesse diagnóstico foi identificado o perfil sócio-econômico-cultural das famílias dos jovens participantes, visando pautar políticas públicas de inclusão social. Esta pesquisa será apresentado logo após a da Exploração Sexual Infanto-Juvenil no Turismo de Fortaleza.
** Pesquisa aponta taxistas como principais intermediários.
Lamentavelmente os índices crescem a medida que a violência se corrompe pelo mundo.
Fonte de Pesquisa: AVOL

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