sexta-feira, 10 de setembro de 2010

NICOTINA * CIGARRO


A nicotina chega ao cérebro mais rapidamente do que por injeção de veia, através da circulação sanguínea do pulmão, e atravessa livremente a placenta, sendo encontrada no cordão umbilical do recém-nascido. A nicotina e outros alcalóides do fumo interferem na produção do hormônio feminino e a menopausa é atingida mais precocemente nas fumantes. A sua situação se agrava quando elas tomam pílula anticoncepcional, pois correm um risco 30 vezes maior de sofrer enfarte do coração e 20 vezes mais de sofrer hemorragia cerebral.

Ao contrário da propaganda dos fabricantes, os cientistas encontraram no sangue de um grupo de fumantes de cigarro de baixos teores níveis mais altos do que no grupo que fumava cigarros comuns. Pois o fumante fuma de maneira diferente das máquinas usadas pelos fabricantes para alardear os baixos teores.

O monóxido de carbono produzido na combustão do tabaco e cuja potência tóxica dispensa comentários é o maior responsável pela baixa oxigenação dos nossos tecidos. Portanto, se todas as células do corpo humano são afetadas por esse baixo teor de oxigênio, fica fácil entender as inúmeras ações deletérias do fumo no ser humano e as mais de 25 doenças diferentes por ele provocadas.
Durante as tragadas, o fumante inala a fumaça que provém do cigarro e no intervalo dessas tragadas inala o ar poluído pela fumaça exalada, muitas vezes multiplicada por outros fumantes em ambiente fechado. Pior ainda é a fumaça que se desprende da ponta do cigarro fumegante, que, comparada com a inalada pelo fumante, contém 5 vezes mais monóxido de carbono, 3 vezes mais nicotina e alcatrão, 4 vezes benzopireno e 46 vezes mais amônia.

A mistura gasosa que chega aos pulmões do fumante contém apenas 12% de oxigênio, em vez dos cerca de 20% normalmente presentes no ar.

O fumo interfere na ventilação e circulação sanguínea dos pulmões, levando à destruição progressiva dos tecidos do pulmão.
Se cada célula do corpo humano é afetada no seu processo íntimo de respiração celular, torna-se fácil compreender os perigos do tabagismo que serão mencionados abreviadamente.

Câncer no pulmão é o tumor maligno que mais mata. Até 1983, as mortes por tumores malignos em mulheres americanas eram devidas em primeiro lugar aos de mama e útero. Após 1983 e até agora, é o câncer de pulmão. O risco de contrair a doença é maior nos indivíduos que se viciam cedo na vida.
O cigarro de menor teor de nicotina e alcatrão não diminui o risco.
Na escala animal, somente o ser humano fuma. Outros tumores malignos relacionados com o fumo são os de boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rins e bexiga.

Além de câncer, o cigarro provoca bronquite que não se cura a não ser após longo período de abstenção total do vício.

O fumo vai destruindo o tecido do pulmão e causando uma das piores doenças, que é o enfisema pulmonar, que vai limitando a vida do doente e, nas fases finais, leva à morte lenta por asfixia e não tem cura.

Há uma incidência maior de pneumotórax espontâneo com o colapso do pulmão, exacerbação da asma, complicações pós-operatórias, infecções respiratórias e maior mortalidade por pneumonias.

Mulheres fumantes estão mais sujeitas ao deslocamento prematuro da placenta, placenta prévia, abortos e câncer de colo uterino. Seus filhos nascem com cabeça, peso e altura menores; muitos são prematuros e têm maior incidência de doenças respiratórias. No sexo masculino o fumo é responsável por maior incidência de impotência sexual de causa orgânica.

Os fumantes têm níveis baixos de vitamina C e B12.
O atleta que fuma tem queda no seu desempenho esportivo.

O fumo diminui a oferta e aumenta a demanda de oxigênio no músculo cardíaco, aumenta a adesividade das plaquetas, eleva o colesterol de baixa densidade (mau) e abaixa o de alta densidade (o protetor) e diminui o limiar para fibrilação ventricular, o que explica casos de morte súbita em indivíduos completamente assintomáticos.

O risco de doença coronariana é maior nos fumantes. Mesmo quatro cigarros por dia num indivíduo portador de vários fatores de risco podem levar ao enfarte, pois a ação do cigarro não desaparece ao apagá-lo e perdura 4 horas; portanto, são 16 horas diárias de malefício.

O fumo é responsável por maior incidência de doença vascular periférica que pode levar à gangrena. A mortalidade por aneurisma da aorta é maior nos fumantes.
Há maior risco de trombose mesentérica, que leva à gangrena dos intestinos, e também de acidente vascular cerebral. Úlcera gástrica e duodenal são mais freqüentes e causam mais mortes no fumante.

O fumante passivo, além de sofrer irritações nos olhos, nariz e garganta, não está isento das mesmas conseqüências do fumante ativo.
Nos Estados Unidos, um estudo de cerca de 5 mil mulheres que nunca fumaram e morreram por câncer de pulmão provou que eram todas fumantes passivas.
O fumo é anti-social pela poluição ambiental.

Não há nenhum processo industrial que consuma mais madeira por unidade produzida do que a indústria tabaqueira, pois exige a queima de uma árvore para cada 300 cigarros. Nas zonas rurais, o cigarro é a causa número um de incêndios, sem falar nos casos de morte por incêndio do próprio fumante e, às vezes, até de explosões, como em contato com fogos de artifício ou gases.

O fumo é anti-higiênico e antiestético: suja a língua, os dentes e unhas, que se tornam amareladas, e produz hálito repulsivo.
Ele acelera o envelhecimento da pele e o aparecimento de rugas.

Finalmente, o menor dos problemas de tabagismo é o custo em dinheiro, que pode pesar muito mais para os pobres.
Resumindo, podemos dizer que o tabagismo é uma forma lenta de suicídio.
Texto retirado do Jornal:  "O Estado de São Paulo"
foto usada : Labanalise